13 de março de 2013

TIAGO TARON - PINTURA - PORTUGAL





Nasci em Lisboa a 1 de Janeiro de 1965, estudei Direito em Coimbra entre 1983 e 1989, comecei a pintar no Círculo de Artes Plásticas em Coimbra, ao mesmo tempo que fazia teatro no Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra. Fui advogado cerca de 18 anos mas nos últimos quatro anos a pintura começou a ganhar sendo uma actividade cada vez mais compulsiva e que me acompanha para todos os lugares (numa cigarreira tenho as aguarelas, nos bolsos do casaco – porque ainda está por inventar uma mala que um gajo possa usar sem ser para trabalhar – as canetas, o pincel e um frasco de médio para aguarela).
Quando comecei não imaginei que alguma vez o que eu fazia pudesse ter algum valor. Pintei sempre para mim e, depois, para oferecer a quem estava perto das circunstâncias em que tinha pintado. Porém, aos poucos, as pessoas a quem oferecia os cadernos que trazia no bolso ou as folhas que tirava dos mesmos, foram querendo mais ou dizendo que alguém que os tinha visto queria ter um igual. Pinto como alguns escrevem, nos cafés, à noite nos bares (sobretudo no Mahojong e no Xafarix), nos Restaurantes (sobretudo no Pinóquio e no Fidalgo), nas esplanadas (sobretudo no Bairro Alto Hotel e no Adamastor). Enquanto o escritor “de rua” não é abordável, quem desenha é mais tarde ou mais cedo perguntado sobre o que está a fazer ou solicitado a mostrar o que faz. Foi assim que conheci muitas pessoas que se foram habituando ao despropósito da figurinha sentada a desenhar no escuro ou no meio do jantar.
Porque não desenho à vista qualquer lugar me serve. Nunca sei o que vou desenhando, seguindo o que as manchas de cor vão sugerindo, qualquer luz, mesmo as mais ténues também serve.
Na primeira exposição que fiz confessei que a maior parte das aguarelas tinham sido pintadas e desenhadas à noite. A noite é ainda um dos últimos momentos, ou lugares, em que regressa aquela espécie da ilusão que em miúdo me fazia ver formas onde elas aparentemente não estavam mas que pela sugestão (dada por uma nuvem, copa de árvore ou poeira em rodopio com o vento) pareciam existir mais do que o suporte que as sugeria (a árvore, a nuvem, a poeira). Como disse, o que desenho é feito a partir das sugestões das manchas das aguadas, é assim uma espécie de desenhar ao contrário, quando começo não quero desenhar nada em concreto, quero apenas ter o gozo de ir desenhando o que vai sendo sugerindo pelas manchas de cor no papel. Não tem nada de mediúnico, ou de especialmente espiritual, ainda que pudesse servir para Analisar (o que não pretendo fazer).
Entretanto deixei,para já, de viver em Lisboa e vim para um monte pintar, gosto de pensar que se chama “Amor aos Montes”.



 Coroação da Princesa com os Suspeitos do Costume (as 3 bruxas, o Diabo e o anjo)
13ª madrugada     Ao som de Win Mertens





HÁ VIDA EM MARTA
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Música: Inauguração de exposição de Tiago Taron assinala lançamento de Graffiti
Lisboa, 15 Jan (Lusa) - Sessenta aguarelas, 40 das quais pintadas para o Projecto Graffiti, integram a exposição de Tiago Taron que é inaugurada hoje numa galeria na livraria Ler Devagar, no espaço Lx Factory, Lisboa.
A exposição assinala igualmente o lançamento do single Graffiti, o primeiro disco de canções de Júlio Pereira (música), no âmbito de um projecto que está a ser elaborado por fases e em equipa, juntamente com Tiago Torres da Silva (letras) e Tiago Taron (pintura).
Além das 40 aguarelas pintadas por Tiago Taron desde que em Outubro passado Júlio Pereira o convidou para fazer a capa do disco, a mostra que é inaugurada na galeria Arthobler tem mais 20 quadros do autor.















  

















 GRAFFITI Single + Exposição de Tiago Taron
Tiago Taron, a Ler Devagar e a Galeria Arthobler têm o prazer de a/o convidar para o lançamento de GRAFFITI no dia 15 de Janeiro, pelas 18h.
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Júlio Pereira alia a música à escrita de Tiago Torres da Silva e à pintura de Tiago Taron para lançar o seu primeiro disco de canções.
O projecto, em constante construção, será apresentado com o lançamento do CD Single (vozes de Maria João e Luanda Cozzeti) e com a inauguração da exposição de Tiago Taron.
Venha brindar e conhecer esta nova equipa GRAFFITI! Um projecto virado para a rua.
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APRESENTAÇÃO DA EXPOSIÇÃO | No ano passado Júlio Pereira convidou dois Tiagos, por acaso igualmente Capricórnios, para o acompanharem no seu novo projecto de canções. Pela primeira vez Júlio Pereira ia compor uma série de canções. Para escrever as letras conseguiu cativar um dos maiores escritores de canções – Tiago Torres da Silva, para ilustrar o ambiente dessas canções convidou-me a mim. O resultado do que fui fazendo é a maior parte dos trabalhos expostos e que continuam os anteriores, alguns dos quais acompanham os novos, como família que são. Graffiti porque as canções são da rua e têm as cores e as palavras o bem caçado dos graffitis que, como escreveu João Luís Oliva, nos olham, antes mesmo de os vermos.
Durante dois meses, à medida que os desenhos iam sendo feitos, foram os mesmos publicados na página do Facebook criada para o Projecto Graffiti, tendo constituído a primeira parte do projecto a ser revelada. Entretanto, em simultâneo com o lançamento do disco, são mostrados os trabalhos que estiveram na origem da sua capa e do desenho do próprio disco (“CD”).
O lugar escolhido para o lançamento e a exposição, a LER DEVAGAR e a GALERIA ARTHOBLER, quer pela sua localização, na surpreendente e promissora Lx Factory, quer pela alegria urbana e abertura à história em curso nesta espécie de nova Lisboa espontânea, não poderia ser mais de acordo com o ambiente que se procurou criar com este novo projecto de Júlio Pereira: virado para a rua, para a vida que se vive na rua.

 tête du peintre 



  





5 de Julho de 2013














17 de Junho de 2013




Se as infâncias têm sempre um lugar e os sonhos uma casa, então o lugar da minha infância foi aqui, em Gondarém e a casa dos sonhos (logo depois da casa da minha avó) foi o rio, o Rio Minho.
No rio cresci na idade da "Terra do Nunca", dos "Pequenos Vagabundos" e já então do Sidharta e do "Grande Maulnes" que lia atrás de uma janela de onde não se via o rio. O rio era para mim, aliás, como muitas ...outras coisas o eram à noite, uma coisa da terra do invisível (indizível, como diz o meu filho Santiago quando quer dizer aquilo que é invisível).
Tinha então um pequeno barco à vela, que cabia sobre um carrinho de batatas, com os apetrechos em cima: mastro, espia, retranca, leme, patilhão e escotas. A cada vez que a maré começava a encher, à primeira hora do dia em que a maré começasse a subir, eu descia a rampa de casa a travar com os pés o carinho e partia. Ia pela antiga estrada até ao cais de Gondarém, em frente à ilha do Avô Egas, que com o tempo passou de ilha do "bô Egas" para "Ilha da Boega".
Desses dias inteiros de rio quardo imagens perfeitas, não por serem muito nítidas nas cores, mas por estarem intactas as sensações que lhes estão associadas: A imagem das raparigas tão bonitas que faziam praia no lado de Espanha (nessa altura ainda quase ninguém fazia praia na Praia da Mota ou da Breia); a imagem de uma cabeça de vaca morta que um dia, no meio do rio, bateu com os chifres no casco do barco, sem que eu soubesse logo o que era, vendo-a depois; a imagem da casa castelo vermelha do Dinamarquês e o privilégio que era para mim poder vê-la de frente.
Há seis dias entrei nessa casa, por causa da Bienal de Cerveira que lá tem mais uma das várias exposições que permanecerão até meio de Setembro.
Estava dentro da casa que durante anos espiara furtiva e temerosamente desde o barco, sempre a meio do rio, porque não era capaz de me aproximar mais; também porque a vegetação era então um cresente contínuo que encobria a parte de baixo da casa; porque só do meio do Rio se via as orgulhosas bandeiras, ora da Dinamarca, ora dos Estados Unidos, que no cimo do torreão drapejavam, dialogando com o mesmo barulho que o pano folgado da minha vela fazia.
Há dois anos, em Gondarém escrevi isto por causa de um painel que então desenhei a pensar nessa casa, um ano depois ela reapareceu neste desenho, por causa de Cerveira.


olé para ti também 



  

  


10 de Junho de 2013











 Picasa Uploader Photos 









  






  



  






















 may be not a bird







 28 de Maio de 2013





30 de Maio de 2013









Jardim das Amoreiras (Dia do Vizinho)Desenhos que fiz por causa do Jardim das Amoreiras e que amanhã regressam ao seu lugar, por causa do "Dia do Vizinho"



  



as palavras que o vento te levou, foram lavadas na brisa das folhas. Nocturnas, chegaram-me em serpentinas, descendendo de coisas essenciais, partículas de luz invisiveis ao luar com as quais consigo ver do teu olhar




  












 17 de Maio





  





  


















A OBRA DE TIAGO TARON É TÃO VASTA QUE TORNA-SE IMPOSSIVEL COLOCAR AQUI TODAS AS IMAGENS VEJA O OBRA COMPLETA EM


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