Alexandre Farto (vulgo Vhils) como é conhecido na cultura graffiti, é um pintor e grafiteiro português. Conhecido pelos seus "Rostos" esculpidos em paredes.
Nasceu em Lisboa em 1987. Terminou os seus estudos em 2008 na University of the Arts em Londres. 1
Iniciou-se em pintura em 1998 com apenas treze anos. Pintava muros de ruas e comboios da margem sul do rio Tejo.2
Como artista urbano, mais recentemente, sendo as suas obras, o fruto do seu ideário e o mundo que o envolve. Este artista de Lisboa, a partir das suas raízes do graffiti/street art tem vindo a explorar novos caminhos dentro da ilustração, animação e design gráfico, misturando o estilo vectorial com o desenho à mão livre, aliado a formas contrastadas e sujas, que nos remetem para momentos épicos.
A destacar também a abertura recente da sua exibição de interior/ar livre, "building 3 steps", com Miguel Maurício.
Em 2011, desenvolveu uma técnica usando explosivos, grafite, restos de cartazes e até retratos feitos com metal enferrujado para criar retratos e frases. Existem trabalhos seus espalhados por vários locais do mundo como as cidades portuguesas de Lisboa, Porto e Aveiro, além de capitais como Londres, Moscovo, Bogotá, e cidades como Medellín, Cali (na Colômbia), Nova York, Los Angeles, Grottaglie (sul da Itália)."3
VHILS aka Alexandre Farto is the tag name of Portuguese graffiti/street artist Alexandre Farto (1987—) He gained prominence when his work of a face carved into a wall appeared alongside a picture by street artist Banksy at the Cans Festival in London in 2008. A photograph of him creating the work appeared on the front page of The Times.
He was later given space to show his work by Banksy's agent, Steve Lazarides. Several of his works were featured in Outsiders, a collection of street art published by Century, 2008.
DETERIORATION” PRINT RELEASE
Releasing a special edition print with www.under-dogs.net
“Deterioration” is a four-colour lithograph printed at IDEM Studio Paris, hand-finished with Quink ink and acid. Signed and numbered. Available in a limited edition. Don't miss out.Releasing a special edition print with www.under-dogs.net
Imensamente orgulhoso de fazer parte deste projecto único com este grupo de artistas e músicos tão cheios de talento. Um enorme obrigado aos U2 pelo convite. E um big up também à minha equipa que tornou o projecto possível.
Estes 11 filmes de autor, inspirados no Songs of Innocence dos U2 e tomando como referência os murais políticos da Irlanda do Norte, celebram o extraordinário poder democrático da arte urbana. Oliver Jeffers, Robin Rhode, D*Face, Mode 2, Chloe Early, Ganzeer, Maser, ROA, DALeast, Todd James e eu tivemos inteira liberdade criativa para expressar as nossas reacções pessoais à música dos U2.
O resultado é uma exaltante mostra de diversidade em termos de abordagem, estilo e comentário. Poderoso e ciente, o trabalho destes artistas conquista o globo, joga com o tempo, e move-se entre alta realidade e paisagens oníricas animadas. Estes trabalhos originais de vídeo arte transpõem as suas visões do físico ao digital e estão aqui reunidos num contraponto visual ao álbum, um conjunto de Films of Innocence, cativantes e únicos.
Making of Dissection 5 jul / 5 october 2014
Nothing lasts forever... After fifteen years maturing, two years in the making, three months open to the public and a record-breaking attendance of 65,638 visits, Vhils' landmark solo show at the EDP Foundation – his first in a mainstream art institution and his largest to date – has come to an end. A massive THANK YOU to all who contributed towards its success and made it one of the most-visited art exhibitions at the institution!
CHECK OUT THE VIDEO WITH THE "MAKING OF" AND A VISUAL VISIT TO THE SHOW.
Alexandre Farto aka Vhils' latest solo show in Lisbon has been packed for weeks, but we finally managed to get some shots of it. The exhibition is set at the EDP Foundation - Electricity Museum in Lisbon, one of Portugal's main art institutions. Once inside, you start by walking through a dark tunnel lined with several stencilled, laser-cut acrylic boards placed over television screens playing videos in the background, presenting a unique experience to Vhils' latest graphic and typographic work. Proceeding through the various purposely-designed exhibition rooms, viewers access different areas where they can experience distinct styles within his works. Giving the show its name, the exhibit culminates with a dissected underground train carriage suspended from the ceiling which demands lying on the floor to get the full view. “Dissection” opened its doors on 4 July and will remain open until 5 October
Walls
Scratching the Surface
Moscow
London
Vhils, o artista dos retratos na parede, está na Oliva Creative Factory
Esta intervenção em curso de Alexandre Farto, conhecido por transfigurar edifícios, ficará concluída este domingo em São João da Madeira.
Vhils, o nome artístico de Alexandre Farto, que se notabilizou a transformar paredes de edifícios de todo o mundo em retratos expressivos, está neste momento na Oliva Creative Factory, a incubadora de indústrias criativas que está a nascer na antiga metalúrgica Oliva, em São João da Madeira.
Vhils, de 25 anos, que tem obra em Lisboa, Londres, Berlim, Moscovo, entre outras cidades do mundo, foi convidado a deixar a sua marca no projecto são-joanense que tem por lema “Transformar o talento em negócios”. O convite não surge por acaso. Tudo se pode cruzar. “A intervenção pedida a Vhils inscreve-se no objectivo de fazer convergir para esta incubadora experiências e desafios artísticos que, pela energia criativa que transportam, e pela inovação de linguagem que representam, significam um grande potencial de influência para os negócios que aqui se vão instalar”, explica Suzana Menezes, directora-executiva da Oliva Creative Factory.
A obra de Vhils tem raízes na street art e no grafitti e conjuga desenho à mão livre, animação, design gráfico e ilustração. Escava paredes para criar retratos profundos, que se tornam inesquecíveis. É conhecido por marcar a identidade das cidades por onde passa. Usa berbequins, pequenos explosivos, metais, restos de cartazes, tintas de muitas cores, para deixar a sua marca no espaço urbano. Natural de Lisboa, onde nasceu em 1987, concluiu os estudos na University of the Arts em Londres, em 2008.
A Oliva Creative Factory está em obras para abrir em Maio como pólo criativo, com uma escola de dança, um museu de arte contemporânea, espaços para exposições, oficinas de restauro de obras de arte e de mobiliários preciosos, grupos de teatro, workshops e ainda áreas destinadas a residências artísticas. Neste momento, decorre um concurso de ideias para várias áreas de expressão artística, apadrinhado pelo arquitecto Souto de Moura, pelo designer Henrique Cayatte e pelo estilista Miguel Vieira.
Vhils, o nome artístico de Alexandre Farto, que se notabilizou a transformar paredes de edifícios de todo o mundo em retratos expressivos, está neste momento na Oliva Creative Factory, a incubadora de indústrias criativas que está a nascer na antiga metalúrgica Oliva, em São João da Madeira.
Vhils está a esculpir uma parede da Oliva em frente ao portão de entrada da fábrica até ao próximo domingo. A estrada está cortada ao trânsito e o trabalho pode ser acompanhado in loco, desde que respeitadas as condições de segurança definidas - até porque o artista trabalha com explosivos e berbequins.
O desenho está ainda em segredo, mas presume-se que estará relacionado com a antiga Oliva. Vhils analisou vária documentação relativa à história de uma das mais emblemáticas metalúrgicas nacionais, que durante anos fabricou máquinas de costura e banheiras, e inteirou-se do projecto e filosofia da Oliva Creative Factory que, com este convite, quis perpetuar, na sua porta de entrada, mais uma experiência artística. A inauguração da infra-estrutura está marcada para Maio.Vhils, de 25 anos, que tem obra em Lisboa, Londres, Berlim, Moscovo, entre outras cidades do mundo, foi convidado a deixar a sua marca no projecto são-joanense que tem por lema “Transformar o talento em negócios”. O convite não surge por acaso. Tudo se pode cruzar. “A intervenção pedida a Vhils inscreve-se no objectivo de fazer convergir para esta incubadora experiências e desafios artísticos que, pela energia criativa que transportam, e pela inovação de linguagem que representam, significam um grande potencial de influência para os negócios que aqui se vão instalar”, explica Suzana Menezes, directora-executiva da Oliva Creative Factory.
A obra de Vhils tem raízes na street art e no grafitti e conjuga desenho à mão livre, animação, design gráfico e ilustração. Escava paredes para criar retratos profundos, que se tornam inesquecíveis. É conhecido por marcar a identidade das cidades por onde passa. Usa berbequins, pequenos explosivos, metais, restos de cartazes, tintas de muitas cores, para deixar a sua marca no espaço urbano. Natural de Lisboa, onde nasceu em 1987, concluiu os estudos na University of the Arts em Londres, em 2008.
A Oliva Creative Factory está em obras para abrir em Maio como pólo criativo, com uma escola de dança, um museu de arte contemporânea, espaços para exposições, oficinas de restauro de obras de arte e de mobiliários preciosos, grupos de teatro, workshops e ainda áreas destinadas a residências artísticas. Neste momento, decorre um concurso de ideias para várias áreas de expressão artística, apadrinhado pelo arquitecto Souto de Moura, pelo designer Henrique Cayatte e pelo estilista Miguel Vieira.
Italy
Unknown Faces
Wood
“Beauty is but skin deep, ugly lies the bone; Beauty dies and fades away, but ugly holds its own”
Sr. Bonança /// Work In Progress for a project in Rabo de Peixe, Açores island. Big thank you to @walktalkazores festival
Hecho in Oaxaca, Mexico at MACO ///My piece at the Group show "hecho in Oaxaca" for the Museu de Arte Contemporaneo de Oaxaca with Retna, Nunca, How and Nosm, StenLex, DateFarmers, Dr.lakra, Swoon, La piztola, Momo and yeska curated by Pedro Alonzo
Project We just finish in #rio in Brazil. Comunidade do Morro da Providência. We did several walls. This one is Sr. Edinho carved on the same place where he used to live for more than 50 years. Before the process of transformation that some of the favelas in #rio are suffering. I will post more about all this project in the next days.
Colab with @cyrcle for the Work In Progress show
in Hong Kong. /// Open till july 7th.Curated by Above Second Gallery, the show will be held in Somerset House (13th Floor, Taikoo Place, Island East) featuring the work of Vhils, Cyrcle, Meggs, Rone, Cannonball Press, Victor Ash, and Beastman
piece that we scratched a year ago on the streets of Paris. I personally prefer when a piece gets one to two years on the street and starts to blend with the environment. #vhils #fadingaway #nothinglastsforever #ephemeral #beuty Thank you Duarte for the shot
Imaginarius Festival / Cork Diorama /// Public Presentation of the Cork Diorama at Imaginarius Festival in Santa Maria da Feira with the participation of the cork factory workers. Amazing and Emotional Moment.
HongKong / AboveSecond /// Detail of a long piece I did for a Group Show in Hong Kong few weeks ago. Opening now at HongKong Art Basel. Colab with Cyrcle coming soon.
fragmentos/rio
fragmentos/rio
fragmentos
30th November 2012 - 17th January 2013
Lazarides Rathbone presents the first solo exhibition from the artist Vhils with the gallery in over 3 years, and his comprehensive to date: Devoid.
The artist's latest body of work will focus on the
... individual in relation to the overpowering force of urban environments. Working with the city as the prime material, Vhils has used what the urban environment offers in its most derelict spaces as both a location and as a source for materials from wood scraps to rusty metal, discarded billboards and other debris produced by its inhabitants:
"This ephemeral character that interests me in my work is the transience I witnessed while growing up, in the street, in the transformation and development, in all the changes: Nothing Lasts Forever ... the contrast between the glamour of the new and the decadence of the old. All this ephemeral nature that can be observed in the street says a lot about the state of people and their way of living in a given moment of time." – Vhils
Devoid will culminate a series of projects executed in 2012 in Shanghai, Paris, the favelas of Rio and Lisbon.
Lazarides Rathbone presents the first solo exhibition from the artist Vhils with the gallery in over 3 years, and his comprehensive to date: Devoid.
The artist's latest body of work will focus on the
... individual in relation to the overpowering force of urban environments. Working with the city as the prime material, Vhils has used what the urban environment offers in its most derelict spaces as both a location and as a source for materials from wood scraps to rusty metal, discarded billboards and other debris produced by its inhabitants:
"This ephemeral character that interests me in my work is the transience I witnessed while growing up, in the street, in the transformation and development, in all the changes: Nothing Lasts Forever ... the contrast between the glamour of the new and the decadence of the old. All this ephemeral nature that can be observed in the street says a lot about the state of people and their way of living in a given moment of time." – Vhils
Devoid will culminate a series of projects executed in 2012 in Shanghai, Paris, the favelas of Rio and Lisbon.
Rio de Janeiro, Outubro 2012. Sr.Elias
vhils Wall I did in Paris 4 months ago. Looks finished now. Photo by @plip
Work in Progress for my London solo show at Lazarides gallery - 29/11/2012
Mexico city, 2012
Lisbon, May 2012
Shanghai 2012
CASA VOGUE
A arte de revelar rostos pelas cidades
Em comemoração ao Ano de Portugal no Brasil, o street artist português Alexandre Farto, que assina como Vhils, apresenta uma série de trabalhos chamada Fragmentos, na galeria Clark Art Center, em Botafogo, Rio de Janeiro. Além das 15 obras expostas na galeria a cidade também recebe quatro intervenções urbanas feitas pelo artista localizadas entre os bairros cariocas de Botafogo e Copacabana - na Comunidade dos Tabajaras, em um prédio próximo à estação do metrô Siqueira Campos e nos arcos do Túnel Velho.
O trabalho de Vhils, aclamado internacionalmente como um dos jovens mais promissores na arte urbana, consiste em uma técnica, criada por ele, de escavar superfícies como muros, portas e cartazes. A ideia é esculpir imagens, em sua maioria rostos, utilizando martelo, espátula, furadeira e, em alguns casos, até explosivos. A partir desses retratos o artista tenta captar histórias, memórias e preocupações das comunidades urbanas.
Sua arte parte do princípio de que trabalhando com a cidade como matéria-prima a relação entre indivíduo e meio é moldada reciprocamente e, dessa forma, gera uma reflexão crítica sobre o meio urbano, as relações socioeconômicas e suas inevitáveis consequências. Todas as obras expostas na galeria – produzidas em paredes, papel e madeira reaproveitadas – estão à venda.
Fragmentos Local: Galeria Clark Art Center
Endereço: Rua Teresa Guimarães, 35, Botafogo, Rio de JaneiroData: até 26 de maio
Intervenção na fachada da Galeria Clark Art Center
Intervenção em Aveiro em Portugal, em 2012
Intervenção em Baltimore, em 2012
Intervenção em Berlim, em 2011
Intervenção em Girona, na Espanha, em 2012
Intervenção em Miami, em 2011
Entrevista com Alexandre Farto (Vhils)
Hoje nós teremos o grande prazer de lhes mostrar uma entrevista fresquinha com um dos grandes nomes em destaque nas artes plásticas e na arte urbana mundial: Alexandre Farto aka. Vhils. Alexandre é hoje reconhecido pelo suas criações "destrutivas", na entrevista ele fala mais sobre sua trajetória, técnica, estilo e outros assuntos interessantes, confira.
1) Antes de tudo eu gostaria de agradecer em nome da equipe do Abduzeedo por aceitar fazer essa entrevista, é um grande prazer para nós. Gostaria de começar perguntando quando começou o seu interesse por arte, graffiti e arte urbana?
Creio que o interesse pelo mundo da expressão visual, veio do que testemunhei nas ruas de Lisboa e Portugal enquanto crescia: um contraste entre a decadência dos murais políticos que tinham sido pintados nas décadas de 1970 e 1980 depois da Revolução em 1974, e a sobreposição com a publicidade capitalista e as suas cores e formas que chegou em força a partir de finais da década de 1980. Comecei a pintar graffiti quando tinha uns 10 anos, mais a sério com 13, e foi a partir do graffiti que me interessei pela arte em geral. Aliás, foi o graffiti que me levou a estudar artes na escola, e tudo o que conheci depois em termos de arte mundial, seja contemporânea ou clássica, teve origem nesse interesse pelo graffiti.
2) Que artistas lhe serviram e lhe servem de referência?
Quando comecei admirava writers ligados ao graffiti mais hard-core de Lisboa, alguns dos quais depois se tornaram amigos, assim como writers de todo o mundo que via em revistas e filmes etc. Crews de Lisboa como GVS R1 3D 2S LEG 1003PV foram grandes referências, assim como EWC da Polônia, SDK de França, entre outras. Depois veio a descoberta do trabalho do Banksy que me inspirou uma nova direção, não em termos de estilo mas em termos de conceito e aquilo que se poderia explorar na arte urbana. Hoje em dia admiro o trabalho de muita gente: Gordon Matta-Clark, Katherina Grosse, JR, Conor Harrington, Word 2 Mother, NeckFace, Faile, Blu, Gaia, Barry McGee, Os Gêmeos, entre muitos, muitos outros, cada um por razões diferentes.
3) Você ficou muito conhecido por começar a fazer uma arte urbana destrutiva, algo até então ainda não pensando e tentado da mesma maneira. Como você desenvolveu esse estilo e como o descreveria?
O desenvolvimento desta minha linha de trabalho tem essencialmente duas bases: uma é o graffiti na sua vertente mais destrutiva, com o qual estive ligado durante muitos anos; a segunda é a técnica do stencil que descobri quando andava à procura de novos caminhos que me permitissem expressar uma nova linha de comunicação. Da primeira captei aquele conceito fundamental do acto de destruição enquanto força criativa – com base nessa ideia desenvolvi um modo de trabalho que usa a remoção, decomposição ou destruição. O conceito é a ideia de que somos compostos por uma série de influencias que nos dão forma através de camadas históricas, sociais etc., que provêm do meio em que crescemos. De forma muito simbólica creio que, se removermos algumas destas camadas, deixando outras expostas, podemos trazer à superfície algo daquilo que deixamos para trás, coisas que foram esquecidas ou postas de parte, que ainda são parte daquilo que somos hoje. A velocidade com que a tecnologia se tem desenvolvido nos últimos tempos não nos permite absorver e refletir sobre as mudanças (estas novas camadas sobrepostas) que nos têm afectado. Eu tento sublinhar este processo e em geral o meu trabalho pode ser visto como uma espécie de arqueologia que procura entender o que se esconde por trás da superfície das coisas. Estas ideias encontraram expressão quando comecei a experimentar com a técnica de stencil, e entendi que podia inverter o processo para ganhar mais impacto: em vez de criar através de uma construção por camadas, explorei a ideia de criar através da remoção de camadas. Fui experimentando com este processo em vários suportes – cortando aglomerados de cartazes, corroendo a tinta de serigrafias com ácido, etc. –, e naturalmente foi ganhando expressão de forma cada vez mais crua e brutal. Quando passou para as paredes já me pareceu natural trabalhar essa remoção, esse negativo, através do martelo, escopro e martelo pneumático – esse processo que parece ser violento e brutal, mas cujo resultado é para mim expressivo e poético. O resultado foi visualmente interessante e permitiu começar a incorporar a parede como um dos componentes físicos inerentes à própria intervenção, ao contrário do que acontecia com a pintura em que era apenas um suporte. Daí ao uso de explosivos foi outro passo, mas para este último já foram meses de pesquisa e testes para ser refinado. Estas fases de pesquisa e experimentação são algo que me dá muito prazer, e que acaba por ser uma das partes fundamentais do meu trabalho.
) Hoje existe uma grande discussão quanto a legalidade da arte urbana e o graffiti, quais os limites que um artista deve impor em seu trabalho e o que seria exatamente o espaço público. Qual a sua opinião sobre esses assuntos?
Como cidadão entendo que é um assunto complexo e não pode ser visto de forma leve ou reduzido ao preto e branco, sim ou não – há muitos factores a ter em conta. Do ponto de vista mais pessoal, por outro lado, entendo que não deve haver limites à arte, nem o espaço onde ela pode ser expressa, manifestada ou exposta. Nenhuma regra se aplica à arte.
5) O que você acha da atual transição de diversos artistas urbanos para o mundo das artes plásticas e galerias? Arte urbana continua sendo urbana enquanto dentro de um museu?
Sim se for honesta na sua essência e se usar esse espaço para ser o que é e não para ser domesticada, que é uma tendência natural dos espaços fechados porque a arte em espaço fechado é, essencialmente, uma arte comercial. Os museus podem ser excepções a isso porque no geral fomentam a mostra da arte, mas a galeria não, em geral expõe para vender. Há naturalmente uma grande diferença entre aquilo que é produzido livremente na rua e aquilo que é produzido para ser exposto num espaço fechado, mas não creio que sejam opostos ou se excluam um ao outro. Para quem quer expressar o seu trabalho tanto um espaço como o outro podem ser válidos, mas temos é de saber olhar para essas produções no seu devido contexto: arte de rua é no espaço público – o que é feito para uma galeria ou museu é essencialmente uma transposição do trabalho de um autor que se expressa num outro contexto, e tem de ser visto como tal. O que cada artista faz com o seu trabalho é algo que apenas a ele ou ela diz respeito. Nesse sentido não tem mais legitimidade intervir na rua ou numa galeria, mas a intenção essencial é diferente, e por isso exige uma outra linguagem – há casos em que resulta, e outros em que não, o que não deixa de ser interessante.
6) Como você descreveria o seu dia-a-dia?
É complicado porque nunca sei ao certo como vai ser... Para começar depende onde estiver, e como no último ano e meio não tenho parado mais do que uma semana ou duas no mesmo local tem sido muito variável. Em geral trabalho todos os dias, seja em casa, no estúdio, ou até mesmo no aeroporto quando estou em viagem. Não tenho uma separação definida entre trabalho e lazer, a minha vida envolve muita produção, muita pesquisa e muito trabalho que me dá prazer, não tenho feito muito essa separação. É muito comum estar envolvido em vários projectos ao mesmo tempo, e geralmente em países diferentes. Tenho uma base em Lisboa e outra em Londres, é interessante estar sempre em movimento, mas por vezes é difícil gerir tudo – por vezes tenho mesmo de parar e tirar uns dias
7) Qual você considera sua melhor peça até o momento?
Não sei, normalmente são sempre as ultimas que faço.
8) Nos diga cinco lições que você considera fundamental
1- Não há Regras
2- Não existem materiais menores
3- Persistência é a chave
4- No erro está a criação
5-Go with the flow
9) Nos diga sites que você costuma acessar
woostercollective.com
unurth.com
notcot.com
Sobre o autor
My name is Marcos Torres, I'm Graphic Artist from Porto Alegre, Brasil. You can get to know more about me by acessing my Personal Website or by following me on Twitter: @marcos333. You can also see some of my last projects at my Flickr
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