Domingos Monteiro
nasceu em 1956 na cidade juventude. Foi nesta
África, aos 13 anos, que usou a sua primeira máquina fotográfica, sobretudo em
retratos sociais e de família mas também na captura do que é a fotografia de
natureza.
Regressado a Portugal em 75 foi realizador na RTP, sobretudo na área
documental, sendo autor de documentários exibidos em Portugal, Espanha, Itália,
República Checa, Alemanha, França, Finlândia, Inglaterra, EUA e Canadá. Alguns
dos seus documentários obtiveram prémios em festivais internacionais, em
Portugal, Alemanha e EUA e outros encontram-se no espólio do Museu do Homem, em
Paris.
É produtor e editor independente há mais de 20 anos, permanecendo ligado à área
dos audiovisuais.
Nos anos mais recentes tem dado curso a uma verdadeira paixão – a fotografia
como expressão artística e retrato de época – sobretudo nos registos de rua e
paisagem, onde se sente inspirado por nomes como Ansel Adams, Cartier-Bresson,
Robert Capa ou Doisneaudo Porto, mas foi e Angola que passou a sua
infância e
Gostaria de saber colocar em
palavras tudo o que me vai na alma e o que procuro exprimir ao fotografar.
Fotografo por impulso quando o belo, o poético, o etéreo, o inesperado, o divertido, o raro, o momento, o quotidiano, a envolvência, a dimensão me agitam e esmagam o coração e a alma. Quando os sentimentos me exigem que os exprima dessa forma.
Todos nós somos fruto de um acumulado de experiências, do que fomos, dos lugares onde vivemos, dos povos com quem convivemos, das viagens, curtas ou longas, que fizemos, dos acontecimentos que nos marcaram, dos cheiros, sons, cores, texturas, objectos que nos tocam, das pessoas que amamos, e como as amamos. E isso reflecte-se no que fazemos e na forma como o fazemos. Mais do que dizê-lo por palavras, deixai-me dizer-vos através das imagens que aqui vos deixo. Deixo-vos parte do meu coração.
2013
Jan – Gentes da Terra | People of the Land | Leute vom
Lande – Exposição
individual no Centro Cultural de Esgueira (Aveiro-Portugal);
Apr – Solitude – Exposição individual semi-privada (Leiria-Portugal);
May – Nós, por cá… – Exposição individual na Livraria Arquivo (Leiria-Portugal);
Jun/Dec – Gentes da Terra | People of the Land | Leute vom Lande – Exposição colectiva na Galeria de Arte ‘Arte Algarve‘ (Lagoa-Algarve-Portugal).
Apr – Solitude – Exposição individual semi-privada (Leiria-Portugal);
May – Nós, por cá… – Exposição individual na Livraria Arquivo (Leiria-Portugal);
Jun/Dec – Gentes da Terra | People of the Land | Leute vom Lande – Exposição colectiva na Galeria de Arte ‘Arte Algarve‘ (Lagoa-Algarve-Portugal).
Viver na Beira Litoral
Sangalhos. Fumigação de barricas. Caves Aliança.
1999. Ilford XP2 Super.
Na Murtosa.
Na Ria de Aveiro.
Wrong side. Fátima.
Prece. Fátima.
Viver em Lisboa
Viver em Leiria
E o céu será o limite.
Abraça-me bem.
Valsa lenta.
Voando sobre um ninho de corvos. Feira de Maio.
Nos braços do sono. Leiria.
Crabs? Leiria.
A pomba.
Viver no Douro Litoral
Dance me to the end of love. Vila do Conde.
Pequenos nadas. Vila do Conde.
A porta de ficar. Vila do Conde.
Todos os mares. Vila do Conde.
Galgando dunas. Esposende.
O corredor de (ao) fundo. Esposende.
Predisposições. S.João da Madeira.
Viver no Porto
Ribeira.
Sentadas. Gaia.
Fim de tarde.
Encantadores de humanos.
guardarei tua voz
nas cansadas linhas da mão
que meu destino é arder
entre rosas de areia
e a espuma da razão
nas cansadas linhas da mão
que meu destino é arder
entre rosas de areia
e a espuma da razão
Por um tempo
somos ainda lívida memória
e só insuportável podridão
seremos justificada curiosidade
exotismo imagético
uma vida emoldurada
que outras se hão-de perder
e na essência nuclear estrutura
em inexorável erosão
seremos nome alma regresso
mas lembrança não
somos ainda lívida memória
e só insuportável podridão
seremos justificada curiosidade
exotismo imagético
uma vida emoldurada
que outras se hão-de perder
e na essência nuclear estrutura
em inexorável erosão
seremos nome alma regresso
mas lembrança não
não consegui mamã
mas não o digas aos meus irmãos
nem ao papá
diz-lhes que cheguei a esse lugar
de que tanto nos falava o avô
onde os reservatórios estão cheios de água
e as balas são de caramelo
que aqui não me falta o pão
nem dinheiro para o pagar
e que continuem lutando
por um mundo melhor
diz-lhes que vivo em Itália
e que meu barco não se afundou
Patricia Vitorique
mas não o digas aos meus irmãos
nem ao papá
diz-lhes que cheguei a esse lugar
de que tanto nos falava o avô
onde os reservatórios estão cheios de água
e as balas são de caramelo
que aqui não me falta o pão
nem dinheiro para o pagar
e que continuem lutando
por um mundo melhor
diz-lhes que vivo em Itália
e que meu barco não se afundou
Patricia Vitorique
embriago-me no infinito
onde pareço real
e me faço de espuma
num círculo insensato
fere-me a utopia
os calcanhares gretados
abro o céu à força de braços
e não caibo na vida
numa linha azul já descolorida
o horizonte sabe
que contigo farei
um círculo maior
e se me chamas
meu amor eu vou
pelo ventre do universo
plantar meus passos
em tuas mãos
e deixar-me ser
onde pareço real
e me faço de espuma
num círculo insensato
fere-me a utopia
os calcanhares gretados
abro o céu à força de braços
e não caibo na vida
numa linha azul já descolorida
o horizonte sabe
que contigo farei
um círculo maior
e se me chamas
meu amor eu vou
pelo ventre do universo
plantar meus passos
em tuas mãos
e deixar-me ser
sem mim, serei
gravata sem pescoço
árvore sem tronco
dedos sem mão
faca sem lâmina
enterro sem caixão
fogo sem cor
música sem som
pétalas sem flor
barco sem mar
rio sem margem
rede sem peixe
igreja sem prece
caminho sem chão
coração sem GPS
sem ti, não sei.
gravata sem pescoço
árvore sem tronco
dedos sem mão
faca sem lâmina
enterro sem caixão
fogo sem cor
música sem som
pétalas sem flor
barco sem mar
rio sem margem
rede sem peixe
igreja sem prece
caminho sem chão
coração sem GPS
sem ti, não sei.
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