16 de abril de 2013

MAG MAGRELA - GRAFFITI - BRASIL




Quando as dores da alma se transformam em sonho."

A artista Mag Magrela inspira-se na euforia urbana de
São Paulo para transitar por temáticas que falam sobre a mistura da cultura brasileira, a cultura da fé, do ganha pão, da resistência.

Seu trabalho mostra as dores, os sofrimentos, os incômodos de se viver em sociedade, as pequenas barreiras e sentimentos incrustados na alma. Com muita sensibilidade, Magrela propõe um significado com alma, tornando impossível ficar indiferente ao sentimento que é expressado em suas pinturas.

Desde 2007 espalha seus trabalhados por todas as regiões de São Paulo. Seus personagens alaranjados estão dispostos nos muros enriquecidos pelo tempo e contrastam com a arquitetura cinza e sofrida da metrópole brasileira.



Mag Magrela
(1985 -São Paulo – Brasil
)

O cinza da cidade de São Paulo faz contrastar os personagens alaranjados dispostos nos muros enriquecidos pelo tempo. Retratados com olhar penetrante e fixo, posso até dizer que sabem o que estamos pensando, aparecem de surpresa ao virar alguma esquina instigando a questionar nossas atitudes, transmitindo o incômodo de se viver em sociedade, mostrando pequenas barreiras incrustadas na alma.
Mag dedica-se conscientemente ao mundo da arte desde 2007, ano que começou a pintar nas ruas de São Paulo, cidade-extremo onde há tudo de mais e tudo de menos. Inspira-se nessa euforia paulistana, na mistura da cultura brasileira, na cultura da fé, do ganha pão, da resistência. Transforma a realidade em sonho, onde a dor se mistura com a fantasia tornando-se intrigante
by www.arte-ong.com.br


Insônia
técnica mista s/ canvas | 70cm x 50cm | 2015


"Lodo"
técnica mista | 30cm x 42cm | 2015


"Me banho tanto nas águas salgadas dos olhos dela"
 acrilico s/ canvas | 90cmX1m30cm | 2014





"sereiô" 
técnica mista s/canvas | 1m20cm X 75cm | 2013







"na terra de Zé de Dôca feiz-se Maria Bonita"
técnica mista s/ canvas |2013


"serafina: todas as partes do meu ser"
técnica mista sobre canvas > 60cmX80cm > 2013


 "Batalha"
técnica mista sobre canvas | 1m20cm X 1m | 2012


"o que eles querem de mim? - a flor"
técnica mista sobre canvas | 40cmx40cm | 2012





"Carvão. 
Quando a chama se apaga."  Técnica mista s/ canvas | 2015



"A morte da dona da lua"
Lapa | sp | brasil | 2015


Exposição "ela diz"
Conjunto Nacional - São Paulo, SP, Brasil | 2014
Curadoria: Estúdio Blu


 não lhe dê o peixe ensine-o a pescar"
técnica mista s/ canvas | 2014


"axexê"
técnica s/ canvas | 2014
















passado para te criar"
2° bienal de graffiti fine art -GFA | MUBE | são paulo | brasil




"sou presa fácil"
lapa | são paulo | brasil | 2011



em concreto"
são paulo | brasil | 2011


guerra"
cracolândia | são paulo | brasil | 2011


"armadilha"
zona leste | são paulo | brasil | 2011


"o que te cega"
zona leste | são paulo | brasil | 2011



projeto retratos coletivos | "engarrafamento"
marginal pinheiros | piqueri | são paulo | 2010



anestesia"
são paulo | brasil | 201


"Ali onde me escondo"
sao paulo | brasil | 2014



Entre cacos e cortes, a dor de se redimir." 
beco do batman | sao paulo | brasil | 2014 com azulejos @calufontes 


"Axexê"
 MAAU Av cruzeiro do sul | SP | Brasil | 2014 


"o luar do ser tão só, azulejou no meu deserto"
 são paulo | brasil | 2013



"sala de jantar" 
lisboa | portugal | 2013


O que me liga à você está esperando o cheiro de terra molhada"
 finsbury park | londres | 2013


"Guardiã dos portos" 
porto | portugal |2013 


"Banzo" 
sintra | portugal | 2013



MySP Entrevista: A sensibilidade de Magrela e seu grafite
Por Patricia Faermann
Mag Magrela. Ou simplesmente Magrela. É assim que a artista plástica e grafiteira assina pelos muros de São Paulo há 5 anos.

Sensível e autêntica, Mag pinta o que sente, sem se preocupar com escola ou influências – exceto os amigos e a música. A trilha acompanha seus traços nas telas, dentro de casa. Na rua, prefere o silêncio como segurança.

A proteção do Museu de Escultura Brasileira a deixou tranquila para escutar a música, a única – mesmo que com baixo volume – no salão, onde os grafiteiros desenhavam suas obras para a 2ª Bienal Internacional Graffiti Fine Art.

Quando a encontramos para a entrevista, Mag não desviava o foco do seu trabalho, em meio a fotógrafos e jornalistas, como se naquele espaço só houvesse ela e a parede. É nessa sintonia que Magrela exprime a sensibilidade na pintura, poesia e escultura, em temas como o medo, insegurança, problemas da sociedade, relacionamentos, política.

Confira a entrevista completa.

MySP: Como você começou na arte? Como foi esse processo?
Magrela: É uma coisa que eu sempre pratiquei na minha vida, desde pequena, mas o grafite eu faço desde 2008. Recentemente, a arte vem desde 2008 pra mim. Porque antes era uma coisa de “eu gosto de pintar, eu gosto de desenhar”.

MySP: Como você encara o grafite aqui no Brasil, é valorizado?
Magrela: Não sei como é em outros países. Mas aqui as pessoas estão começando a enxergar ele, porque está saindo mais na mídia e está deixando a cidade mais legal. Ele vem pra chamar a atenção mesmo dos lugares abandonados. Ele vem pra questionar mesmo. É um respiro. O muro está pedindo sua atenção no meio daquela agonia toda. E acho que as pessoas gostam disso, de ver coisas legais, pessoas fazendo coisas diferentes, cada um com seu tipo de arte.

MySP: E você acha que São Paulo é o local ideal pra essa consciência? Pelo menos, para o avanço disso?
Magrela: Eu nunca saí de São Paulo. Mas o que sinto aqui é que não é aquela coisa “nossa, pichador”. Hoje em dias as pessoas falam “pichação é uma coisa, grafite é outra”, elas têm mais consciência da diferença de uma para outra, elas estão mais cientes mesmo do que é o grafite.
Mas aqui não é encarada como profissão, não só pelo grafite, mas ser artista plástico, ser cantor, ser skatista, a arte em si, as pessoas não levam muito a sério.

MySP: E você faz o grafite como profissão ou como lazer?
Magrela: É a minha profissão, mas não o grafite, a arte é a minha profissão. Pinto tela também, mas comecei na rua. Comecei no grafite, depois que fui pintar tela, faz 1 ano e meio, mais ou menos.

MySP: Por conta própria, ou você seguiu alguma escola para entrar nas artes plásticas?
Magrela: Por conta própria. Eu pinto porque eu realmente gosto e eu pinto porque quero pintar.

MySP: A sua inspiração vem na hora e no momento, ou você já pré-define antes?
Magrela: Eu tenho um sketchbook, que é um caderno de esboço, então eu desenho em casa, antes. Eu gosto disso, de pensar antes de ir pra rua. E, na verdade, eu procuro os muros que possam encaixar no meu trabalho, não ao contrário, não pego um muro e encaixo um trabalho.

MySP: Geralmente quais são os estilos dos seus desenhos? Tem alguma influência?
Magrela: O legal de São Paulo é que cada um tem um estilo, cada um tem um jeito próprio de se expressar, então quando você já conhece um artista, você já sabe quando encontra um desenho que é aquele artista.
Então eu tenho isso, meus personagens são geralmente parecidos, mas nunca iguais. Nunca repeti um desenho na rua, porque faço questão de trazer novidade não só pra quem vê, mas pra mim também. Isso é instigante, você sempre querer trazer o novo.
Eles são à base de látex, uso spray, as técnicas comuns, mas se você descobrir como é o meu jeito, vai me achar sempre.

MySP: Isso é comum, ter essa marca própria...
Magrela: Isso. Ás vezes você nem precisa assinar com o seu nome, se você deixar ali, as pessoas já vão saber que é a sua letra, o seu desenho.

MySP: Você tem amigos que fazem também ou seguiu independente?
Magrela: Comecei com amigos. Alguns pararam, outros continuaram, conheço Rui Amaral, através dele que comecei a pintar.

MySP: Eu vi que você ouve música enquanto pinta, isso é uma forma de te inspirar, ou de te deslocar fora desse contexto?
Magrela: Na verdade é pra não desfocar de onde eu estou. Na rua, geralmente, eu não ouço. Porque na rua, você tem que estar alerta. O tempo inteiro sabendo o que está acontecendo atrás de você, porque você está de costas para o mundo.
Hoje aqui, eu posso ouvir uma música, ficar tranquila, sair, respirar.

MySP: Quando você pinta na sua casa você ouve música também?
Magrela: Sim, ouço. Música brasileira me inspira muito, é o que mais me inspira, porque é o que mais tem a ver comigo. Gosto muito da música nordestina, e paulistana, Curumin, Chico César, Chico Science, Chico Buarque...

MySP: Já pensou ou fez faculdade de artes?
Magrela: Sou autodidata. Até gosto de não ter passado por nenhuma academia, pra não ter tirado a pureza do que realmente eu sou. Eu vou aprendendo as coisas quando as pessoas vão me falando: “a, faz tal coisa, seu trampo parece com tal artista”, e vou ver e realmente tem influências, mas não porque eu estudei aquela pessoa. Pego referências de fotos, gosto de foto do meu corpo mesmo. O pé, eu copio muito minha mão, às vezes faço uma pose, tiro foto e copio...

MySP: Para crescer no grafite, esse é o caminho? Conhecer pessoas, conversar, absorver?
Magrela: Eu acho que na vida, acho que você não pode desistir. Com tudo o que você faz, você tem que acreditar em você e seguir em frente, acho que é o certo. O que é dar errado? Acho que tudo que você faz com amor dá certo.

MySP: Hoje tem espaço para o grafite?
Magrela: Acho que não vai faltar nunca espaço. Só crescer, e se você fizer com amor, vai crescer mais ainda, se você fizer com verdade, com sinceridade, as coisas abrem, as portas se abrem pra você.

Confira também em nosso site as entrevistas:
Daze, o retrato do Grafite
Wers, a visão latina do grafite

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